quinta-feira, 3 de maio de 2007

Amigos...

Quando somos crianças, aquelas que brincam com você são seus amigos, independente do que elas têm ou do que fazem longe você. Provavelmente a amizade mais pura que você tem em vida. Na adolescência seus amigos são aqueles que te influenciam de alguma forma, ou no vestir, ou no ouvir, ou no assistir, sobretudo no agir. Seus amigos são cools, e você tem sempre que fazer exatamente o que eles fazem. Alguns ficam porque de alguma forma se tornaram íntimos o suficiente para amadurecer com você. Outros você encontra na rua e nem mesmo cumprimenta.
Na faculdade você se depara com outro mundo. Sem regras. Ninguém vai te proibir de ir ao banheiro ou de fumar no corredor. Então seus amigos são aqueles que te acompanham no fumódromo, que marcam churrasco, que te chamam pra balada; ou aqueles que dividem trabalho, as vezes pedem pra você colocar o nome dele, as vezes o contrário. Acabou a faculdade, alguns continuam dividindo uma vida profissional ou mesmo fazem questão de continuar
Ah, os amigos de balada! São aqueles que quase não são amigos de verdade. Será? Você pode ter amigos de balada e não dividir intimidades. Eu nunca alimento este tipo de amizade, porque não consigo ficar do lado de alguém que não tem assunto sem ser bebidas, cigarros, paqueras efêmeras... Não! Me recuso a ter amigos assim porque isso não se classifica como amigos.
Os amigos de trabalho que dividem tarefas e um cotidiano árduo (as vezes não, rs). Que as vezes, no meu caso por exemplo, são muito mais experientes e servem também para dividir experiências pessoais. Que te agüentam naquele dia de estress ou naquele dia de euforia. Quando você deixa o serviço, deixa as amizades. Acabou o vínculo, acabou a amizade.
Amigos virtuais no mundo de hoje existe de monte. Então quando você os conhece pessoalmente acabam transpassando barreiras. Aconteceu comigo. No meu caso, tenho só que agradecer a Deus as pessoas iluminadas que apareceram virtualmente pra mim. Algumas somem, algumas ficam, mas de algum modo passaram pela minha vida deixando marcas.
Meus amigos de infância são minha família. Meus amigos de adolescência, os que tenho contato, restaram-se dois ou três, o resto ainda vejo no orkut fazendo volume no número de amigos. Meus amigos da faculdade... bem, eles existem sim...os do meu grupo. Os amigos do trabalho, só os do atual e a Paula. Os virtuais restaram poucos dos tantos que conheci. Então eu penso...tive tantos amigos assim?? Claro que não. Talvez em determinada época tinha mais afinidade com tais pessoas e vice-versa.
Amigos são aqueles que você pede colo quando está triste. Compartilha alegrias. Ouve músicas (se não tem um gosto igual, respeita). Briga e reconcilia. Sai junto, nem se for pra tomar um sorvete. Mas amigos de verdade são aqueles que te fazem falta.
Amigos são contados nos dedos mesmo. Eu não tenho dúvida disso. Se eu parar pra contar quantas pessoas eu conheci e quantas pessoas são minhas amigas eu me surpreenderei, mas não fico decepcionada. Aqueles que não ficaram em minha vida não eram pra ficar. Talvez meu vínculo aumente. Talvez meus amigos de hoje não serão os de amanhã. Talvez meus amigos de amanhã sejam exatamente os mesmos de hoje. Talvez eu reencontre amigos que eu nunca pensei serem amigos. Mas de uma coisa eu sei... não posso viver sem amigos.

Ouvindo: The Pipettes
Lendo: O estrangeiro - Albert Camus
Filme que recomendo: Crianças Invisíveis - Vários diretores.