terça-feira, 26 de agosto de 2008

Um mês para dizer “adeus” ao inverno. Inverno que durou um ano pra mim. O inverno mais frio que tive. O inverno que pude sentir o gelo dentro de mim. Ora endurecendo, ora me queimando.
O Inverno acabou sendo literalmente gelado, e todas as expressões usadas na estação me serviram. Não só fez frio aí fora – fez muito mais frio aqui dentro.
E o frio me fez fria. E quando pego a caneta e o papel, transmito a conseqüência em minhas palavras frias.
E o mais triste é que não foi a chuva, ou a tempestade, ou o vendaval que a mãe Natureza trouxe. Foi a chuva de acontecimentos, a tempestade de hipocrisia, o vendaval de egoísmo alheio.


Fui um pouco disso? Ou isso foi um pouco de mim?

Queria que a verdade viesse após o inverno. Queria que os pássaros trouxessem amor pelos céus limpos da primavera. Queria que das árvores brotassem frutos de compreensão, flores de carinho. Queria que isso aqui dentro derretesse, e em meus olhos brilhasse o sol da manhã. Que meu sorriso refletisse as estrelas de uma noite quente.

Estou ansiosa pela mudança de estação. Sonhando com outras mudanças junto dela. E assim, no próximo inverno, eu estarei muito bem aquecida. Mesmo sem cobertor, porque não mais precisarei.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Não consigo mais abstrair o que me incomoda.

Preciso de um tempo só.

Porque cansei das futilidades e da incompreensão alheia para o momento que passo. Não irão me acrescentar no stress acumulado que vivo. E o que vejo, agora, é que se não há o comprometimento naquilo que te sustenta de alguma forma, não há também o reconhecimento.

Então já não quero ouvir o que não devo aqui. Não quero ver o que não preciso aqui.

Organizo meus pensamentos aos poucos, e isso traz uma certa instabilidade emocional.
Procuro o equilíbrio, pretendo encontrar. E vou.

Não tente me entender nas 8 horas de trabalho. Espere lá fora pra perguntar o que acontece e como que faz. E tente compreender.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Eu gostaria de eternizar alguns instantes. Mas não sou egoísta a tal ponto. Como se fossem poucos os instantes que me prendem, me tocam, me elevam. Porque de alguma forma me entregar ao instante me trará consequências. E o significado não é um só. Não posso valorizar cada instante em que me entrego, apenas armazenando-o. O valor vai se perder.
Então me restam os bons momentos, onde houveram os bons instantes. Todos os instantes possíveis, os meus, os seus. Apenas no passado, livre da repetição.
Os instantes nunca se repetem. Só em minha lembrança. Minha lembrança eterna.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Às vezes canso das controvérsias. Mas na verdade são necessárias para chegar a alguma conclusão.
Por ora ainda não tenho conclusões sobre muita coisa. Mas me sinto mais segura para encontrar – me encontrar.


A fase do auto-conhecimento é um pouco dolorosa, confusa. Não tem como fugir das verdades que você encontra pelo caminho. As escolhas não são fáceis, e é impossível ignorá-las.

Se eu paro, nada acontece. Se espero, nada acontece. Como agir, como?

Não poderia me cegar aos acontecimentos. Já basta estar apática ao próximo. Porque não ter a expectativa em relação ao outro, te deixa mais segura em relação a você

Mas mesmo assim, por mais que aceite, entenda o que acontece alheio a mim, não há como não sentir. Controlo minha emoção da melhor maneira possível. Isso me faz continuar.

Há dias felizes, há dias tristes. Há dias de raiva, que chovem mais que o normal. E tudo passa e vai embora com o vento.
Quando me vejo em meio ao vendaval, sinto medo, pavor. E quando ele passa, leva de mim tudo o que precisava. Me entristece, me alegra – me alivia sempre.


Eu não me escondo mais, e nem dramatizo meus momentos reflexivos. Não tento explicar o que realmente passa comigo, porque não há o que explicar.
Me sinto bem sozinha, por mais que precise de um abraço, um colo, só pra dizer: "tudo vai ficar bem". Talvez um estímulo sem ser o meu. Mas não sempre. Quase nunca, na verdade. Só quando vejo que muitas vezes não conheço a mim mesma, e um apoio me faz bem.


Mas nunca, nunca aceitarei que me digam o que fazer. Tudo eu aprendi sozinha, e sempre será assim.

Não tenho tantas frustrações como antes, e isso é um grande passo pra acreditar mais em mim. No momento é só em mim que acredito. Mas não custa me importar com aquele que me faz sorrir. E não me custa fazer sorrir aquele com quem me importo.