sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

A dor estagnou da pior maneira.
Tento conter minhas lágrimas que não querem cessar. E eu tento não pensar no sofrimento que me acompanha nesse caminho escolhido por mim. Burra, burra, burra. Alimento meu sofrimento todos os dias.
Os cigarros não me acompanham mais, e não tenho como usá-los para me acalmar. Mas de que adianta a calma com o dinheiro que não tenho sendo tragado estragando meu pulmão?
Certo, eu sou mais saudável agora. Nem mesmo penso em um social para me sentir alterada, pois o dinheiro me limitou, e ainda por cima tudo volta depois da alucinação. E o sorriso novamente se faz choro.
E quando eu acho que encontrei alguma resposta para estar tão escuro, tudo vira tempestade. E quando eu acho que sozinha é mais correto, algo dá errado.

Eu já não sei mais onde e porque estou. Parecia fácil vendo de longe. E agora o que eu quero está longe. Ou me ceguei com esse sofrimento e não vejo a distância do que eu quero.
E se eu sei como resolver isso, por que não se resolve? Porque há seres que deveriam me ajudar, e me atrapalham. Porque a maldade em pequenos atos me afeta muito mais que o fato de estar sozinha.

Me tranquei num mundo meu. E aqui ninguém quer entrar, mesmo que eu precise.
Um socorro não me ajudaria, nem mesmo um fim drástico. Me ajuda o tempo correr e as respostas brotarem. Até então quero estar quieta, surda, muda. Mas não tão cega. Não mais.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

"Você sente o vento entrando pela janela agora? Eu senti necessário um cobertor. E tua pele era quente antes. Era o que me aquecia por um dia."

Eu tive que partir. Deixei nada pra trás. Porque não me prendo mais ao que passou. E não posso mais deixar que o passado me afete.
E como o vento, entrei neste quarto. Aqui fiquei. E quando olho o horizonte, tenho outras visões. Aqui é cinza, mas em mim há cores.
Alguma coisa ainda me incomoda quando me olho no espelho. E me pego a pensar se é só a mim que incomoda. E tento concluir que minhas cores são mais valiosas.

Eu ando em passos largos - sozinha. Certa do caminho que percorro. E o meu desespero deixei pra trás; e o meu medo se escondeu.
E as horas passam, e eu tento sorrir. Me lembro de lá, vagamente, como uma vida passada. E há pessoas que permanecem. E há pessoas impossíveis de esquecer.
E você talvez pudesse ser. Talvez pudesse estar. Talvez, nesse meu caminho de cores - você tem todas. E poderíamos colorir essa cidade juntos. Talvez.

Eu jogaria nossas cores ao vento, e todos na rua se contagiariam com elas.
Seu corpo me aquecendo, nossos corpos se colorindo.

E passemos em frente nossas escolhas. E abandonemos nossas dúvidas.

O que me incomoda é simples mudar. As cores não mais.

sábado, 18 de outubro de 2008

Eu já nem sei mais o que é você. Não posso mais me julgar pelos atos repetidos. Quantas vezes disse a mim mesma que não permitiria tal ofensa ao meu corpo. Mas naquele instante me faz tão bem.

Então vem você - atrasado. E eu sinto saudades. Mas não consigo deixar isso claro - nem pra mim. E você me parece tão certo, mas no fundo sei que sou só um corpo pra você também. Devido aos atos repetidos.

Então vale realmente a pena me privar dos desejos incontroláveis? Se são incontroláveis, como posso privar meu corpo?

Se me disser que só pensa em mim, eu te digo que penso em você. A partir de então meus pensamentos serão seus. E de repente tenho o controle em mãos.

Não me sinto bem em não ter sido você. Pior ainda em ter sido quem foi.
E meu pecado foi ter esperado demais. E meu pecado foi ter me iludido e desiludido.
E no momento eu sou pecado.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

O universo feminino e o universo masculino simplesmente não casam. E é bem difícil entender isso.

Típico de mulher imaginar o sexo casual como um futuro relacionamento.

Típico do homem não se entregar ao sentimento culpando uma suposta fase de vida.

Quantas fases de vida. Quantas pessoas certas passam pela fase errada!

E, na minha opinião, quanta covardia limitar-se por medo!

As experiências de vida são aprendizados, mas as pessoas não são iguais.

E que triste as comparações inevitáveis em nosso cotidiano, fechando os olhos para um novo sorriso, um novo olhar, um novo toque. Isso pode levar a vários lugares, e é fácil dizer que existe apenas um! Não! Não são as mesmas conseqüências.

Então um diálogo é tão desnecessário, porque a expectativa da mágoa faz com que o sofrimento se antecipe. E antes mesmo de saber quão especial é a pessoa, prende-se à situação.

E quais as garantias que tenho que todos os homens são iguais? Sim, eu realmente já passei dessa fase.

Já se tornou ridícula a argumentação. E que fase é essa que te bloqueia? Não existe isso. E o tempo me mostrou muito. E não são fases, e sim pessoas. Não é seu bloqueio, é a química. Não é só o medo, é o querer.

Ainda está doendo ou já passou? Ninguém vai te machucar ainda mais, se você não quiser. Mas te ajudar na cura talvez. Porque cada um é único, e disso você ainda não tem certeza.

sábado, 20 de setembro de 2008

E como se uma criança fosse deixada em meio à floresta. Sem saber onde está, perdida. Procurando um caminho dentre as árvores, procurando uma luz na escuridão.
Eu já me senti assim, há tempos. Talvez cedo demais pra uma sociedade acomodada. Talvez cedo demais pra última filha de um casal separado. E o pouco tempo deveria abrir meus olhos para enxergar a vida de outro modo. E o pouco tempo deveria me levar à auto-aceitação, e deveria me fazer acreditar na responsabilidade.
Então não posso sofrer por ser sozinha. Não posso sofrer por aceitar os obstáculos. Não posso sofrer por precisar da minha privacidade.


E a criança após desespero, fome, choro, e todas as angústias possíveis, aprende. E não se mede mais a idade. Não se pode comparar aquele ser que sofreu sozinho, chorou por apoio e não obteve resposta. Porque se fosse tudo tão fácil, não haveria o que encontrar, pois não precisaria procurar.


E agora que eu sei que só eu posso encontrar meu caminho, me parece inútil o apoio familiar. E os conselhos sábios, são apenas palavras de respeito.

Por ter sido a criança jogada em meio à floresta, só eu sei como aprendi viver dentro dela. Só eu sei a fome, a sede e o medo que passei. E não há outro salvador além de mim. E nem precisei do caminho de volta – porque não existe mais.

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Pois bem, sinto vontades. Não vejo problemas nisso. E como qualquer ser-humano, sinto desejos que muitas vezes não se concretizam. E por que os desejos devem ser realizados?
Às vezes me sinto bem em só desejar. Pois nada sei do que muitas vezes desejo. E a fome do saber me faz sonhar; e eu já disse que não é bom sonhar sozinha.
Mas há um "que" de expectativa dentro de mim - só não sei em relação à quem. Só a mim.

E de súbito me vejo em você. Como se eu fosse uma parte de ti. E meus desejos são teus, e não há mais nada a fazer a não ser realizá-los.
Depois me visto.

E novamente o vento é frio em minha janela. Puxo o edredon, e a única coisa que cabe em minha cama é meu corpo encolhido.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Quando se constrói aquilo que a emoção quer, a realidade vem como um trator. Derrubando muros, com tijolos levantados a dois. A dois?

E de fato não degustamos o vinho em cima da mesa da cozinha. Não admiramos o quadro na sala. Não lavamos os pés na pequena fonte do jardim. Muito menos aproveitamos a cama king size.

Nunca mais sonhe aquilo que não se realizará. O tempo desperdiçado muda o rumo, e não há mais ninguém ao teu lado.

É impossível realizar um sonho construído sozinha. E se ainda quer manter a esperança - não construa mais.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Um mês para dizer “adeus” ao inverno. Inverno que durou um ano pra mim. O inverno mais frio que tive. O inverno que pude sentir o gelo dentro de mim. Ora endurecendo, ora me queimando.
O Inverno acabou sendo literalmente gelado, e todas as expressões usadas na estação me serviram. Não só fez frio aí fora – fez muito mais frio aqui dentro.
E o frio me fez fria. E quando pego a caneta e o papel, transmito a conseqüência em minhas palavras frias.
E o mais triste é que não foi a chuva, ou a tempestade, ou o vendaval que a mãe Natureza trouxe. Foi a chuva de acontecimentos, a tempestade de hipocrisia, o vendaval de egoísmo alheio.


Fui um pouco disso? Ou isso foi um pouco de mim?

Queria que a verdade viesse após o inverno. Queria que os pássaros trouxessem amor pelos céus limpos da primavera. Queria que das árvores brotassem frutos de compreensão, flores de carinho. Queria que isso aqui dentro derretesse, e em meus olhos brilhasse o sol da manhã. Que meu sorriso refletisse as estrelas de uma noite quente.

Estou ansiosa pela mudança de estação. Sonhando com outras mudanças junto dela. E assim, no próximo inverno, eu estarei muito bem aquecida. Mesmo sem cobertor, porque não mais precisarei.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Não consigo mais abstrair o que me incomoda.

Preciso de um tempo só.

Porque cansei das futilidades e da incompreensão alheia para o momento que passo. Não irão me acrescentar no stress acumulado que vivo. E o que vejo, agora, é que se não há o comprometimento naquilo que te sustenta de alguma forma, não há também o reconhecimento.

Então já não quero ouvir o que não devo aqui. Não quero ver o que não preciso aqui.

Organizo meus pensamentos aos poucos, e isso traz uma certa instabilidade emocional.
Procuro o equilíbrio, pretendo encontrar. E vou.

Não tente me entender nas 8 horas de trabalho. Espere lá fora pra perguntar o que acontece e como que faz. E tente compreender.

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Eu gostaria de eternizar alguns instantes. Mas não sou egoísta a tal ponto. Como se fossem poucos os instantes que me prendem, me tocam, me elevam. Porque de alguma forma me entregar ao instante me trará consequências. E o significado não é um só. Não posso valorizar cada instante em que me entrego, apenas armazenando-o. O valor vai se perder.
Então me restam os bons momentos, onde houveram os bons instantes. Todos os instantes possíveis, os meus, os seus. Apenas no passado, livre da repetição.
Os instantes nunca se repetem. Só em minha lembrança. Minha lembrança eterna.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Às vezes canso das controvérsias. Mas na verdade são necessárias para chegar a alguma conclusão.
Por ora ainda não tenho conclusões sobre muita coisa. Mas me sinto mais segura para encontrar – me encontrar.


A fase do auto-conhecimento é um pouco dolorosa, confusa. Não tem como fugir das verdades que você encontra pelo caminho. As escolhas não são fáceis, e é impossível ignorá-las.

Se eu paro, nada acontece. Se espero, nada acontece. Como agir, como?

Não poderia me cegar aos acontecimentos. Já basta estar apática ao próximo. Porque não ter a expectativa em relação ao outro, te deixa mais segura em relação a você

Mas mesmo assim, por mais que aceite, entenda o que acontece alheio a mim, não há como não sentir. Controlo minha emoção da melhor maneira possível. Isso me faz continuar.

Há dias felizes, há dias tristes. Há dias de raiva, que chovem mais que o normal. E tudo passa e vai embora com o vento.
Quando me vejo em meio ao vendaval, sinto medo, pavor. E quando ele passa, leva de mim tudo o que precisava. Me entristece, me alegra – me alivia sempre.


Eu não me escondo mais, e nem dramatizo meus momentos reflexivos. Não tento explicar o que realmente passa comigo, porque não há o que explicar.
Me sinto bem sozinha, por mais que precise de um abraço, um colo, só pra dizer: "tudo vai ficar bem". Talvez um estímulo sem ser o meu. Mas não sempre. Quase nunca, na verdade. Só quando vejo que muitas vezes não conheço a mim mesma, e um apoio me faz bem.


Mas nunca, nunca aceitarei que me digam o que fazer. Tudo eu aprendi sozinha, e sempre será assim.

Não tenho tantas frustrações como antes, e isso é um grande passo pra acreditar mais em mim. No momento é só em mim que acredito. Mas não custa me importar com aquele que me faz sorrir. E não me custa fazer sorrir aquele com quem me importo.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Eu te odeio.

Enquanto tantos te idolatram, eu te repudio.

Você fez de mim outra pessoa. Mudou em mim coisas essenciais. Me fez querer mais de você. Me consumiu.

Eu não fui eu enquanto você estava presente. Eu vivi em função de você.

Não me conformo quão burra fui, deixando você fazer de mim o que quis. Deixando você virar uma necessidade em minha vida.

E agora eu enxergo com os olhos que você tentou cegar, o quanto você me faz mal. Agora respiro o ar puro que você tentou sujar.

Talvez tenha sido tarde para eu perceber o quanto dei de mim a você. Mas foi o tempo suficiente para eu te abandonar.

Quase me perdi tentando ver sentido em você. Quando ficamos juntos, tudo parecia maravilhoso. Mas depois você me jogava no chão, aos prantos. Afetando meu físico, meu emocional. E depois de você, eu já nem sabia o que pensar. Então perdi muito mais além de mim mesma.

Te deixo. Como deixei parte de mim com você por um bom tempo. Mas agora essa parte suja ficou no passado, com você.

E o que me resta de você, é a lembrança de um rosto deformado. De um coração machucado, quase saindo pela boca. De um pavor inexplicável – o medo que você me proporcionou no fim.

E agora você vai continuar fazendo com outros exatamente o que fez comigo. Eu não posso fazer nada, talvez percebam também que você não presta.

E agora seu cheiro me enoja, e me sufoca pensar em você perto de mim.

Tirar você de minha vida é a minha maior vitória.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

De repente me assustou sentir que não tenho a necessidade de sentir; me assustou a necessidade de não fazer sentir. Pela primeira vez na vida não quero sentir nada por alguém; não quero que ninguém sinta por mim. Não quero.
Sofrer é uma opção, eu sei. Mas não quero poder escolher se sofro ou não. Não preciso mais de opções para relações afetivas.
De repente as pessoas me induziram ao desejo de estar só. E cada vez mais é difícil acreditar nas pessoas. Estou fatigada de fingir - fingir que acredito naquele momento tão verdadeiro que é uma farsa, de fato.

E de que vale a liberdade que tenho se me perco esperando do próximo?

Hoje não me somarão nada paixões efêmeras, fantasias demolidas, desilusões; nem mesmo o prazer momentâneo.
Porque o que de alguma forma me deixará cicatriz é a apatia como conseqüência

Porque ontem fomos as pessoas mais importantes um para o outro. Hoje nem trocamos olhares.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Eu me machuco com seu desprezo. Não porque de fato você me despreza, mas porque eu quero fugir. Porque então minha fuga me faz cair. E eu caio. E eu me destruo. É uma forma de ignorar seu desprezo. E você me afeta.

Talvez você se afetasse também com minha auto-destruição. Que tolice a minha! Você nunca vai se importar com o que está por trás de tal atitude. Você nunca se importou. Se algum dia se importou, foi mentira. Foi um modo de me fazer acreditar nisso. E eu acreditei um dia. Assim como acreditei que a melhor saída seria o meu orgulho. E o meu orgulho seria fazer o que eu queria – me destruir.

A princípio isso deveria me satisfazer. A satisfação momentânea, que tem como resultado a ressaca moral. Que tem como resultado a minha imagem dilacerada. E meu arrependimento.

Ao me levantar ouço risos. Ouço o som do sarcasmo.

Seria então a piada do momento.

Seria cômodo desaparecer do mundo. É realmente difícil ignorar meus erros.

Assumo. Sim, eu assumo agora. Assumo que você me estimula ao erro. Assumo minha fraqueza diante de você.

Passou. Mais uma vez, eu tenho que aceitar que passou. Esquecer é a parte mais difícil de qualquer relação.

O desapego. Deus, como me dói o desapego.

Mas assim eu poderei acreditar em algo que vai me salvar disso - da sua presença, do seu convívio, da sua existência. Eu poderei acreditar na minha melhor salvação: eu.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Carta ao amigo descrente:

“Eu me preocupo com seu modo de ver a vida. De como encara as situações, e como suporta o peso do amadurecimento. Eu compreendo cada angústia que você passa. E, de fato, me identifico com algumas incertezas e anseios que tens.
Eu sei que nossa vida ainda está começando, e que temos muito para construir. Mas ambos sabemos que para chegar até onde queremos, há obstáculos que devemos passar.
Eu me preocupo com sua força, que talvez tenha limite. Mas há momentos em que precisamos fraquejar, pra levantar com uma força maior. E eu compreendo seus momentos fracos, sendo que é inevitável na transição que passamos, questionarmos o que vale ou não a pena.
Eu tenho medo que ainda nos decepcionemos cada vez mais com as pessoas ao nosso redor. Mas ao mesmo tempo vejo quão grande é nossa beleza interior, nossos sonhos e nossa sensibilidade. Tudo isso ainda vai suprir a frieza que armazenamos com os tombos que levamos. Tudo isso vai suprir a falta que sentimos da sinceridade, do amor do próximo. A falta da fé. “

Deve haver algum modo de aceitar sua incompreensão. Porque nos calamos quando há muito que expressar, às vezes. Acumulamos pensamentos, como se fosse impossível organizá-los. Sinto que às vezes os prendo em uma jaula, querendo soltá-los de uma vez, após alimentá-los muito mal.

Eu nunca pedi compaixão. Mesmo assim é difícil de entender, de me entender. Não é? Porque a minha parcela de culpa aumenta diante dos fatos, justamente por você não compreender. É bem mais fácil limitar sua visão aos meus erros.

A amplitude dos sentidos te confunde. Você não pode ir além. Te afeta aceitar minhas qualidades, por isso sou superficialidade pra você. Cheguei a acreditar na minha incapacidade, diante do seu sarcasmo e prepotência. Aí está a minha maior culpa.

Sou pra você o hoje, o agora – contanto que te beneficie de alguma forma. Depois você ri do modo que me usou; e eu tento acreditar que usei você. Então virou passado, e você nem vê a importância, pois simplesmente ela não existe.

Quando eu encontrar um modo de aceitar sua incompreensão, poderei, enfim, te compreender. Enquanto isso você é nada pra mim. E eu sou nada pra você.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

Não... não é isso nem aquilo. Não é o despertador de manhã, nem meu quarto bagunçado. Não é a preguiça de levantar, nem de superar obstáculos.
É o fato de não admitir minha fraqueza. O fato de me limitar à rotina; fugir dos desafios; ignorar os problemas.
É o fato de prender as lágrimas e nem mesmo deixar que alguém as enxugue.
É o fato de tanta carga sem ter onde descarregar.
Sinto minha pulsação fraca, sinto falta do meu amor próprio. Sinto falta da força que sempre pensei ter, mas não tenho.
As minhas fugas ficam na mesa do bar, junto com minha postura e senso. Qualquer senso. Nos últimos dias nem senso de humor consigo ter.
E a cada dia a resposta está mais distante.

E não há mais sonhos, não há mais planos.
Viver o hoje me parecia tão mais cômodo e saudável.
Mas a frieza inibiu minha sensibilidade, e eu ainda tenho mágoas. E eu ainda tenho o choro entalado em minha garganta.

E continuo odiando o auto-julgamento, o auto-questionamento, pois eles deveriam levar a algum lugar.

Mas eu ainda estou aqui. Na mesma cama, com a mesma fraqueza – somente exposta em minha solidão.

Eu não sei se há lugar pra chegar.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

A cada dia vejo como existem religiões podres. Como é um modo de enganar desesperados, ignorantes que não têm mais ao que recorrer. É o CÚMULO deixar tudo em nome de Jesus. Então pra que merda nós existimos? Qual nossa utilidade na vida se, na verdade, somos FANTOCHES de um espírito santo?
Os homens são incapazes de superarem seus problemas? Não sabem viver o dia de hoje? Então vão para uma merda de uma igreja, onde haverá um manipulador que os convencerá que uma pequena porcentagem do seu salário vai lhes fazer ter o que tanto anseia. POR FAVOR!
“Eu quero um amor; Eu quero fazer sexo; Eu quero ser amada”. É simples. Bota R$20,00 no envelope e mande pra Jesus que ele resolve pra você!
Ou, talvez, bota na encruzilhada alguma calcinha cheia de mel que virão homens de monte!
Ó, que vida bela! Aquela que você PAGOU pra Deus.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Quão vazia sou a ponto de ser sozinha?
Quão vazia sou a ponto de não me contentar?
Quão vazia sou a ponto de "perder a linha"?
Quão vazia sou para escolher aquilo a me completar?

O que me falta, então?

Quão triste sou a ponto de alegrar somente aos outros?
Quão triste sou a ponto de precisar sorrir o tempo todo?
Quão triste sou a ponto de usar meios
onde posso ser feliz de novo?

O que eu sou, então?

Quão distante você está a ponto de não me notar?
Quão distante você está a ponto de não me querer?
Quão distante você está a ponto de não perceber
que o que eu quero é você?

Quem é você, então?
Hoje quando acordei com aquele mau-humor do cão, pensei em sumir! Pensei na possibilidade de me mudar de cidade, começar uma vida nova. Fazia minhas reclamações matinais. Pensava nas dores em meu corpo e no exagero do fim de semana. Pensava em meus impulsos e no quanto eles me prejudicavam as vezes. Pensava que alguma coisa em minha vida não estava indo bem. Daí entrei no fotolog do Henrique, li o que ele escreveu. Veio-me aquela sensação estranha de arrependimento nos pensamentos anteriores.
De repente chego na Pró-arte, começo meu dia de trabalho. Na correria esqueço um pouco os maus pensamentos.
Abro meu email e lá estava um email inusitado. Meu pai, que não vejo há 1 ano e meio e que as tentativas de reconciliação não tiveram sucesso. Mas aquele email me fez refletir sobre "valores". Valor do próximo, valor das coisas mínimas, valor de momentos.
De repente uma mulher na frente da escola perde a mão na máquina de caldo de cana. O resgate, o desespero, a gritaria... foi chocante! E eu trabalhando em meu computador, e alguém que ganhava a vida fazendo caldo de cana simplesmente PERDE A MÃO!
O que eu tenho em minha vida se eu perco minha mão? E ela? Como ela vai sustentar-se sem o instrumento de trabalho??
Então mais tarde minha amiga de Rondonópolis me conta que tentaram matar seu pai. Um homem que cresceu muito na vida e, hoje em dia, tem seus bens materiais de muito valor. E simplesmente há pessoas querendo matá-lo por ter conquistado uma "boa vida" financeira!

Agora me pergunto... Pra que tanto desespero, mau-humor, desavenças, incertezas, reclamações, ganância? Por que jogar a vida fora com tudo isso???

Um email inusitado me fez pensar no perdão. O sofrimento alheio me fez pensar além da compaixão. O fato de perder me fez refletir sobre o ganhar.
Daqui não levamos nada, então por que não viver feliz?

Viver não é tão difícil como pensamos. Aproveitar a vida não é errar, se você souber respeitar e amar aquilo ao seu redor. A gente perde tempo pensando no acontecer, nas conseqüências, e não aproveita a felicidade do momento!

Pelo menos quando a fase que eu passo agora acabar, eu serei feliz em lembrar!

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Expresse aquilo que sente agora da maneira que puder
Fale, sinta, aja
Não continue me matando em esperança
Não continue se escondendo!

Me humilhe, me xingue
Mas vomite o que pensa de mim
Me despedace de uma vez
Me tire a ilusão da raiz!

Mas não continue se escondendo!

Eu sei e compreendo o tempo
Mas não entendo você.
E o tempo a cada dia me mostra
Aquilo que não quero ver
Então por que não me mostra você?

Por que você não me mostra?
Há algum tempo este blog me serviu como uma terapia. Esses dias mesmo reli vários posts. Ri. Chorei. O que escrevi foram momentos. Momentos de angústias, de ansiedade, de tristeza. Estava em uma fase onde precisava de algo para expor, sendo que não tinha para quem expor aquilo que estava entalado em minha garganta. Mas por realmente não querer.
Parece que quando eu criei o blog, eu estava em uma caixinha, presa, guardada, e após a construção deste, eu me soltei.
Acontece que há momentos aqui que já passaram, e que não voltam mais. E há momentos ainda que persistem e que tão cedo não vão mudar.
Enfim... hoje estou querendo dar vida nova ao blog, que me ajudou a amadurecer e ser o que sou e estar aqui no dia de hoje. Me ajudou muito soltar tudo aquilo que me fazia mal.
Tão irônico uma pessoa como eu (arara, arara!) não conseguir expressar aquilo que mais me afeta.
Mas é assim mesmo. É a minha personalidade. A espontaneidade muitas vezes é confundida com a futilidade, superficialidade. Mas não é bem assim.
Expressar o que realmente te afeta é uma tarefa difícil. E eu faço melhor com a mão, caneta, teclado, mouse. Muitas vezes com metáforas. Muitas vezes com poesia. Muitas vezes com música. Muitas vezes, muitas vezes.

Tenho uma amiga que usa a expressão em suas pinturas, desenhos, projetos. Quando você vê seus trabalhos, enxerga tudo aquilo que com palavras ninguém consegue entender.
Tenho outros amigos que com o violão, a guitarra, o baixo, expressam melhor.
Cada um expressa da maneira que quer, mas o importante é expressar!

E dou vida novamente ao blog para vomitar minhas aflições, tristezas, ansiedades, etc. Seja através de música, de desenhos, de poesia e principalmente de pensamentos, que aqui libertarei.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Novo ano

E começa mais um ano. Hoje acabei de chegar de uma semana super fervida. Valeu a pena? Sim, claro. Baladas, música, risadas sem fim, momentos únicos. Mas hoje estou aqui. Sozinha. Totalmente sozinha. Me sentindo culpada por ter gasto mais do que podia. Culpada por ter ficado fora de mim por vários momentos. Culpada por agir tanto por impulso e não pensar nas consequências. Eu sinto, agora, que o que mostro muitas vezes não é o que sou realmente. Eu sinto, agora, que as pessoas que não convivem comigo me veêm diferente do que realmente sou. Eu sinto, agora, que eu preciso me organizar melhor, valorizar outras coisas, cuidar de mim em outros aspectos. Ver a vida com outros olhos. Saber controlar razões e emoções. Saber usá-las no momento certo.
Eu sinto que há detalhes que eu preciso melhorar. Não se deve sempre ir além daquilo que pode. Muitas vezes é bem melhor seguir sua intuição.

O que eu quero de 2008? Quero amadurecer. Quero aprender. Quero compartilhar. Quero momentos sóbrios. Quero momentos de risos. Quero música. Quero arte. Quero aquilo que eu sei que consigo. Quero amor. Quero amar. Quero ser feliz. Eu mereço.