quarta-feira, 5 de novembro de 2008

"Você sente o vento entrando pela janela agora? Eu senti necessário um cobertor. E tua pele era quente antes. Era o que me aquecia por um dia."

Eu tive que partir. Deixei nada pra trás. Porque não me prendo mais ao que passou. E não posso mais deixar que o passado me afete.
E como o vento, entrei neste quarto. Aqui fiquei. E quando olho o horizonte, tenho outras visões. Aqui é cinza, mas em mim há cores.
Alguma coisa ainda me incomoda quando me olho no espelho. E me pego a pensar se é só a mim que incomoda. E tento concluir que minhas cores são mais valiosas.

Eu ando em passos largos - sozinha. Certa do caminho que percorro. E o meu desespero deixei pra trás; e o meu medo se escondeu.
E as horas passam, e eu tento sorrir. Me lembro de lá, vagamente, como uma vida passada. E há pessoas que permanecem. E há pessoas impossíveis de esquecer.
E você talvez pudesse ser. Talvez pudesse estar. Talvez, nesse meu caminho de cores - você tem todas. E poderíamos colorir essa cidade juntos. Talvez.

Eu jogaria nossas cores ao vento, e todos na rua se contagiariam com elas.
Seu corpo me aquecendo, nossos corpos se colorindo.

E passemos em frente nossas escolhas. E abandonemos nossas dúvidas.

O que me incomoda é simples mudar. As cores não mais.

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